Como Hollywood recuou diante do conservadorismo

Iniciativas de diversidade caem depois da eleição de Donald Trump

A eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos não abalou apenas a América do Norte, mas também Hollywood. Se Disney e Pixar rapidamente mudaram de lado após anos apoiando a diversidade, não é de surpreender que isso tenha ocorrido com outras empresas também.

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A Walt Disney Co anunciou recentemente que estava encerrando o Reimagine Tomorrow, uma iniciativa destinada a promover histórias de comunidades sub-representadas. A Amazon e, na semana passada, a Paramount e a Warner Bros recuaram em programas que incorporavam DEI, sigla que significa Diversity, Equity, and Inclusion e engloba iniciativas que abracem Diversidade, Equidade e Inclusão.

“A Disney finalmente recuou depois de anos tratando as pessoas de forma diferente com base em características como raça e sexo”, diz Will Scolinos para a Variety, advogado da organização America First Legal, que lançou vários esforços para desafiar as políticas de DEI. Se a extrema-direita comemora, tem quem pense que a luta pode estar só começando.

Hollywood & o conservadorismo

“É o público que a alta gerência mais deve temer”, disse Stacy Smith, da Annenberg Inclusion Initiative da USC. “O bullying está fazendo com que muitas empresas reavaliem”, diz Vernā Myers, ex-chefe de inclusão da Netflix. “A maioria das empresas inteligentes está apenas tentando descobrir até onde isso vai chegar. Elas estão tentando ficar fora da mira.”

Muitas empresas trocaram o apoio explícito a termos mais cores e etnias na telinha e na telona por uma hesitação que favorece a extrema-direita e seu discurso de ódio. Mesmo antes de anunciar o cancelamento do Reimagine Tomorrow, a Disney já havia deixado de lado séries que marcaram esse posicionamento como The Acolyte.

Nesse cenário é importante que cada consumidor se posicione nas suas escolhas comerciais. Se anteriormente, o streaming foi um grande aliado contra a pirataria, atualmente tem sido motivação para que os downloads ilegais voltem a crescer, especialmente pelos aumentos da mensalidade. O que fica é que o mundo do entretenimento não pode ser bom apenas para alguns na cadeia de produção.

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