‘Capitão América: Admirável Mundo Novo’ é produto da Disney isentona

Filme com enredo raso em que todos precisam ser amigos estraga o melhor do personagem

Capitão América: Admirável Mundo Novo junta Sam Wilson (Anthony Mackie) como o Sentinela da Liberdade, o general Ross (Harrison Ford) e uma trama política. Tudo para resgatar os melhores momentos do personagem, mas… Aparentemente, o recuo da Disney diante do conservadorismo fez com que esta oportunidade seguisse perdida. E o que temos é um filme que tenta agradar a todos e, portanto, se torna desagradável.

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Em seus primeiros dias como protagonista depois dos acontecimentos de O Falcão e o Soldado Invernal, Wilson recebe um convite do presidente Eiling Ross (Ford) de deixar o passado de lado e trazer os Vingadores de volta com o apoio do governo estadunidense. Mas será que o novo Capitão América pode confiar em um antigo inimigo que ascendeu a presidência dos Estados Unidos? A semelhança com o momento atual é óbvia. Todo mundo tem que trabalhar junto mesmo que no governo esteja Donald Trump, um homem que, vejam vocês, não quer unir todo mundo. Muito pelo contrário.

Capitão América: Admirável Mundo Novo é o símbolo deste momento isentão da Disney. Como entregar uma trama política sem parecer que assume um lado? A resposta é simples: não entrega. E o filme acaba se tornando uma espécie de enredo de ação mais pobre e previsível apesar do potencial que os personagens e o plot carregam. Triste para Mackie que, prossivelmente, será visto como o culpado pelo resultado medíocre da produção. O ator faz o que pode para defender uma história que acaba sendo metade do que poderia.

Sob esse contexto, a Marvel Films talvez devesse ser mais honesta e aposentá-lo até que haja mais ousadia nas próximas histórias. O Capitão América deveria ser mais do que uma bandeira ambulante querendo conviver amigavelmente com gente autoritária ao invés de defender a democracia.

Nota: 5

Confira o trailer de Capitão América: Admirável Mundo Novo:

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