Bridgerton: O romance de época que você não sabia que queria

Mais um grande acerto da Netflix!

No Natal de 2020 a Netflix presenteou seus fiéis usuários com o lançamento de Bridgerton. A série com produção-executiva de Shonda Rhimes é a adaptação dos livros de Julia Quinn, que contam a trajetória e os amores dos oito irmãos da família Bridgerton. E nos tempos em que vivemos, quem não precisa de um pouco de amor?

Londres, 1813. É onde e quando se passa a trama da primeira temporada. Vemos o debute de Daphne (Phoebe Dynevor). A quarta filha dos Bridgerton, mas a primeira das moças. Sendo assim, ela precisa de um bom casamento para garantir o mesmo para as irmãs. Exceto que seus poucos (e péssimos!) pretendentes não ajudam muito. Nem a companhia de seu irmão mais velho, Anthony (Jonathan Bailey), nos bailes. Porém, as coisas começam a mudar quando ela conhece o melhor amigo dele, Simon Basset (Regé-Jean Page), o duque de Hastings. Um libertino convicto que não quer saber de se casar. Os dois então bolam um plano: Simon fingirá cortejar Daphne. As atenções do duque farão os rapazes das melhores famílias perceberem a moça. Em contrapartida, as mães das jovens debutantes o deixarão em paz ao acharem que ele está apaixonado. Só que esse tipo de plano sempre estará fadado ao fracasso.

Daphne (Phoebe Dynevor) e Simon (Regé-Jean Page) em um baile

A temporada basicamente reproduz os acontecimentos do primeiro livro da série, O Duque e Eu. Mas com algumas alterações, bem como antecipação de alguns fatos de livros posteriores. Uma artimanha muito bem-vinda, devo dizer. Já que o livro é completamente focado em seus protagonistas Daphne e Simon. Desse modo, já podemos conhecer melhor as personalidades de todos os membros da família e alguns amigos sem ter que esperar pelas próximas temporadas.

Algo que felizmente se conseguiu trazer dos livros foram as crônicas de Lady Whistledown. As fofocas mordazes que abrem os capítulos dos livros, aqui estão presentes na voz da gloriosa Julie Andrews. Hora trazendo humor, hora criticando os costumes, hora simplesmente usando de metalinguagem para nos dizer o que está por vir. Acompanhar sua narrativa é tão envolvente quanto especular sobre sua verdadeira identidade.

Falando em críticas aos costumes, podemos perceber como alguns hábitos patriarcais daqueles tempos ainda persistem. Afinal, mesmo que hoje uma mulher não seja obrigada a se casar quando chega a fase adulta, existe pressão da sociedade para que o faça. As expectativas sobre como homens e mulheres devem se portar, bem como suas perspectivas de futuro, continuam definidas pelo gênero. E claro, você não é ninguém se não tiver um nome, um lugar na sociedade.

Bridgerton: Daphne (Phoebe Dynevor) e sua irmã Eloise (Claudia Jessie), que não tem pretensões de se casar
Bridgerton: Daphne (Phoebe Dynevor) e sua irmã Eloise (Claudia Jessie), que não tem pretensões de se casar

Todavia, Bridgerton é uma série leve e divertida. Mesmo com alguns momentos de tenção, a trama é permeada por uma aura de fascínio e encanto. Não só pela beleza dos cenários e figurinos, a energia contagiante da trilha sonora ou a naturalidade das atuações. Mas porque acompanhar essa é história despretensiosa traz um descanso para nossas almas tão perturbadas. De forma que mesmo que se comece a assistir sem muito interesse, logo se percebe que era disso que precisava.

A série acaba de ser renovada para a 2ª temporada. Porém, sem previsão de quando começarão, ou mesmo como ocorrerão, as gravações perante a pandemia de Covid-19. Já que as gravações da 1ª terminaram em fevereiro de 2020, antes das normas de distanciamento social. Só resta esperar. Dá pra assistir tranquilamente a temporada de lançamento de Bridgerton, caso ainda não tenha visto.

Confira o trailer:

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