Nesse mês de dezembro, a Netflix trouxe muitos títulos chamativos. Mas, em meio a tantas produções natalinas e infantis, gostaria de chamar a atenção para uma história real. Trata-se do filme Batalhão 6888 (The Six Triple Eight), sobre a única tropa de mulheres negras no Exército americano durante a II Guerra Mundial.
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Com três anos de correspondências atrasadas, os soldados americanos se sentiam desmotivados e suas famílias aflitas. Surgiu aí a oportunidade da primeira-dama Eleanor Roosevelt (Susan Sarandon) de atender o pedido da educadora Mary McLeod Bethune (Oprah Winfrey) de encontrar um papel para as mulheres negras na guerra. E, em fevereiro de 1945, a tropa de 855 mulheres lideradas pela Major Charity Adams (Kerry Washington) partiu para a missão.
Essa história passou décadas desconhecida, sendo que apenas em 2018 essas mulheres passaram a ter o reconhecimento e honrarias merecidas. Mas é enaltecedor tomar conhecimento dela. Em plena época de segregação racial nos Estados Unidos, elas tiveram que provar para o mundo sua excelência. Provar para todos que acreditavam que elas falhariam que eles estavam errados.
Batalhão 6888 resgata legado de historia desconhecidaE não foi fácil. Batalhão 6888 mostra como tentaram desacreditá-las, e quão desrespeitadas foram dentro do próprio Exército. Porém, mesmo com o frio e alojamentos sem aquecimento, elas conseguiram cumprir a missão na metade do tempo. Às vezes, fazendo um trabalho quase de espionagem, já que em muitos casos os nomes e endereços dos destinatários estavam ilegíveis.
Devo admitir que o filme não é perfeito. Há uma mudança muito brusca de tom no início que te deixa sem saber o que esperar. E a trilha sonora instrumental, por vezes, soa melodramática demais, destoando das cenas. No entanto, é um filme bastante inspirador. E as imagens reais do 6888º Batalhão do Diretório Postal Central à época e das sobreviventes nos dias atuais são a cereja do bolo.
O filme é escrito e dirigido por Tyler Perry, que se inspirou num artigo de Kevin M. Hymel publicado na WWII Magazine em 2019. Ele também conversou com a sobrevivente Lena Derriecott King, cuja história serve de fio condutor para a trama e é interpretada por Ebony Obsidian. Lena faleceu aos 100 anos em janeiro de 2024, mas conseguiu ver uma versão não finalizada do longa.
No momento em que escrevo este review, Batalhão 6888 permanece no Top 10 de filmes da Netflix, ocupando a 4ª posição. Quem sabe o filme não encerra o seu 2024 com chave de ouro?
Nota: 8
Confira o trailer:
