AHS -1984: primeiras impressões

Nesta semana estreou a mais nova temporada da série American Horror Story (AHS), criada por ‎Ryan Murphy e ‎Brad Falchuk, exibida desde 2011. Como as anteriores, inclusive Asylum, a atual temporada segue uma história independente das demais. Ainda que seja cedo para apontar qual será o desenvolvimento da história, a divulgação prévia e o próprio primeiro episódio apontam para os filmes do tipo slasher – aqueles tradicionais em que um assassino misterioso persegue e mata jovens em meio a drogas e sexo.

O que o primeiro episódio faz é justamente uma grande homenagem a essa filmografia tão comum na década de 1980. Nele, talvez a história seja o menos importante – um grupo de jovens vai trabalhar em uma colônia de férias para crianças. O que salta aos olhos é a enorme e quase ininterrupta quantidade de referências aos filmes clássicos. Com isso se tem um episódio que não apenas beira à perfeição, com uma narrativa envolvente e cheia de mistérios, que se torna uma belíssima homenagem a diretores como Sam Raimi, Sean Cunningham e Wes Craven. Está ali o lago, a cabana, a floresta, a perseguição, além, claro do grupo de jovens e histórias de um passado assustador que mexe com suas cabeças.

A história segue um slasher bastante normal: um grupo de jovens vai para um lugar afastado, onde enfrenta perigos diversos. No meio do caminho, na tradicional parada para abastecer, são avisados do perigo e não dão ouvidos. Um assassino foge de um hospital psiquiátrico.

Como nos filmes clássicos, a maior parte dos personagens é caricatural, quase como os arquétipos típicos dessa cinematografia. Em meio a isso, a protagonista, exageradamente inocente e possivelmente virgem, se deixa levar pelos amigos que recém-havia conhecido e viaja com eles para um lugar que ela tem pouca ideia do que é.

O episódio também tem as famosas cenas em que os personagens fazem tudo errado para sobreviver. Mesmo sabendo do perigo que ronda, se colocam em risco sem hesitar, de forma completamente inexplicável.

Uma das coisas mais interessantes termina por ser Emma Roberts, que, em um momento raro em sua carreira, consegue apresentar uma boa interpretação. Certamente colocá-la como protagonista no episódio não é fortuito, afinal a atriz estrelou obras que problematizavam o próprio slasher, mais precisamente o quarto filme da franquia Pânico, de Wes Craven, e a série Scream Queens, também criada Murphy e Falchuk. Esta série, inclusive, é a que colocou em evidência a jovem Billie Lourd, que também aparece na nova temporada de AHS.

Claro que é difícil criar expectativas sobre o que virá na série, afinal AHS sempre pode nos colocar em cena de tudo, como fantasmas, alienígenas, bruxas e todo tipo de pirações. Os personagens que parecem bonzinhos podem se mostrar os vilões (o que vai soar artificial, caso aconteça com a personagem Roberts) e o que parecia ser o centro da narrativa pode ser desviado por algo ainda mais interessante. Certamente o episódio inaugural da temporada mostra muito e, ao mesmo tempo, praticamente nada de uma narrativa que promete não apenas sustos, mas a qualidade de produção, direção e roteiro que marcaram várias das temporadas anteriores.

Nota: 9

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