"Adoráveis Mulheres"
"Adoráveis Mulheres"

“Adoráveis Mulheres” – mesma história, com outro olhar feminino

Dirigido por Greta Gerwig e indicado ao Oscar de melhor filme, Adoráveis Mulheres recebeu o título em português a partir do curioso nome em inglês Litle Women, que se fosse traduzido como “Mulherzinhas” estaria mais próximo do sentido original. Talvez para evitar um tom pejorativo houve a opção pelo “adoráveis”. Curiosamente, essa opção pode ter sido pior já que as personagens do filme não são exatamente recatadas como se sugere. São mulheres fortes, femininas e… Heroínas.

"Adoráveis Mulheres" é uma história com 100% de ponto de vista feminino
“Adoráveis Mulheres” é uma história 100% feminina

As irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) passam da adolescência para a vida adulta ao mesmo tempo em que os Estados Unidos eclodem em uma Guerra Civil. Mesmo tão diferentes entre si, precisam se unir para vencer os desafios da sua própria época.

O filme se baseia na obra de Louisa May Alcott, que já foi adaptada para os cinemas em um filme-homônimo com Christian Bale e Winona Ryder. Desta vez, Adoráveis Mulheres busca focar um pouco mais na relação entre as irmãs e seu próprio crescimento aos olhos da mãe (Laura Dern, indicada ao Oscar por História de um Casamento). Tudo na produção nos leva a visão feminina da guerra, ignorada por décadas nas histórias que conhecemos. Resta saber se com um filme marcante de vinte anos atrás (também dirigido por uma diretora: Gillian Armstrong), valia a pena retomar a história. Ou rever para os que ainda se recordam. Greta Gerwig traz um roteiro difícil com cenas marcantes, que soam quase clássicas como o casal que dança escondido da festa ou a escritora que não sabe lidar com sua primeira crítica. O que talvez mais faça Adoráveis Mulheres valer a pena está em suas atuações.

Se Laura Dern tem pouco tempo em cena, a produção foi mais generosa com Meryl Streep, que traz a profundidade necessária à sua tia Márcia. Saoirse se destaca na jovialidade de sua Jo, mas é Florence que rouba a cena com sua Amy, capaz de irritar e cativar o espectador na medida que surge. Se há vinte anos atrás, a mesma história tinha um elenco arrebatador este não faz diferente.

Nota: 8

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