A Menina Mais Fria de Coldtown – The Coldest Girl in Coldtown

Abrindo o Desafio Literário Popoca 2021 de agosto

Quando peguei esse livro da autora americana Holly Black eu só estava procurando por um bom livro de vampiros, mas logo percebi que ele seria perfeito para o Desafio Literário Popoca de agosto, com o tema pandemias e doenças. Hein? Vampiros para o tema pandemia e doenças?

SPOILER FREE

Se você já viu o filme Army of the dead (disponível no Netflix, é divertido, recomendo pela Tig Notaro que está impagável), você vai entender. A receita é: pegue um ser sobrenatural, nesse caso vampiros, não os zumbis do filme, considere que a transformação de uma pessoa normal nesse ser é na verdade uma doença sem cura, o que leva as autoridades a criarem zonas de quarentena nas cidades mais atingidas pela pandemia, as tais Coldtowns do livro, e você tem o pano de fundo de A menina mais fria de Coldtown, no título traduzido no Brasil pela editora Novo Conceito. Mas essa é só a ambientação, Holly Black traz a história de Tana, uma jovem que já viu de perto os horrores de pessoas contaminadas pelo Cold (não sei como ficou em português) que é a doença que leva alguém a se tornar um vampiro, e que por conta disso não entende a fascinação de muita gente pelos seres da noite. Entretanto, logo no primeiro capítulo, ela acorda numa festa que deu muito errado, e no meio de todo o horror causado pelos vampiros ela se vê numa jornada justamente para uma Coldtown, na presença de um ex-namorado, dois jovens aspirantes a vampiros e um vampiro em carne e osso.

Fazia muito tempo que eu não lia algo tão bom de vampiros, não só porque a autora faz referências maravilhosas aos grandes autores do gênero (Anne Rice deve ter ficado orgulhosa), mas porque ela consegue trazer uma história nova, bastante atual, mas sem abandonar o que é um vampiro clássico. Os vampiros de Holly Black são assustadores, violentos e charmosos, a combinação perfeita do gênero, e que é muito difícil de fazer de forma crível. E ela consegue isso na história de Tana, que é uma personagem muito interessante e complexa.

A autora conseguiu criar um enredo não só instigante e cheio de adrenalina, mas onde nenhum dos personagens é simples, ninguém é totalmente bom ou mau, estão todos numa escala de cinza. Fiquei impressionada, não esperava isso num livro young adult. Aliás, o nível de violência também não é muito comum, mas considerando que se trata de vampiros, é inevitável.

Acredito que o final não seja do agrado de todos, mas, pessoalmente, eu gostei. E fiquei tão impressionada com a autora, que já comecei a catar outros livros dela, não é a toa que ela anda fazendo sucesso. Virei fã também.

Nota 9,5.

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