E finalmente chegamos no último livro da trilogia His Dark Materials, ou Fronteiras do Universo em português, do autor inglês Philip Pullman: A Luneta Âmbar. A série mais famosa do autor, que também já virou filme e agora é uma série da BBC e HBO.
Como mencionei na resenha da Bússola Dourada, o início da saga é muito bom, apesar do final estilo gancho do livro. Infelizmente a continuação, A Faca Sutil, deixa um tanto quanto a desejar, e, aparentemente, o autor ouviu algumas reclamações e fez diversos acertos para o final da série, A Luneta Âmbar, que também pode ser uma cor, e por isso estou colocando no Desafio Literário Popoca de julho, para fechar o mês com chave de ouro!
spoiler free
Depois de dois volumes cheios de adrenalina, que contam através da história de Lyra e Will uma grande e longa guerra entre forças angelicais, que acabam por ser reproduzidas em guerras humanas religiosas, o último livro não tinha como não ser apoteótico. E sim, apoteótico ele é do início ao fim. Esse é o volume que traumatiza os leitores de Philip Pullman, aquele que faz com que, mesmo tendo amado a história, as pessoas prometerem não ler de novo. Mas não se precipite, a leitura vale cada lágrima e as chatices do livro anterior. Aqui finalmente fica explicado o que é a tal da Dust, ou Pó na tradução para o português. Finalmente toda a confusão do Universo fica um pouco mais clara, e dessa forma, decisões importantes podem e precisam ser feitas.
A trilogia fecha mesmo com uma belíssima chave de ouro. E chegamos ao final da incrível história de amadurecimento de Lyra e Will, e como de alguma forma ela é universal. E também porque ela é importante para a humanidade como um todo. Afinal, amadurecimento não é necessariamente uma questão etária, mas é crucial para a sociedade evoluir. E Philip Pullman consegue demonstrar isso de forma maravilhosa na sua trilogia, usando como base diversos contos de fadas e também outras obras literárias.
O resultado final é tão bom que até dá para esquecer a pisada de bola no livro II.
E tem sim a questão religiosa, que ficou um tanto quanto de lado no segundo livro, mas no terceiro ela é escancarada e não tem muito o que dizer para tentar disfarçar. É um livro para pessoas que gostam de pensar e questionar. Certamente não vai agradar a todos e não necessariamente isso é ruim, até porque é impossível agradar todo o mundo.
E agora vou desagradar os fãs raiz do autor.
Apesar da trilogia ser muito maravilhosa e o enredo em si ser uma obra-prima, Philip Pullman não é um grande gênio literário. Sua escrita é boa, mas não é incrível, o enredo é melhor que o seu texto. Veja bem, meu objetivo não é diminuí-lo como escritor, mas diminuir um pouco a expectativa de futuros leitores e ser mais realista. As passagens exageradamente melosas dos livros continuam todas presentes no texto e parecem fazer parte do estilo do autor, e pessoalmente não me agradam.
No geral, nota 9,5
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