Aprenda a escrever seu próprio livro
A Bandeira do Elefante e da Arara, de Christopher Kastensmidt, é a aquisição mais recente da Guardbridge Books, editora escocesa de fantasia, ficção científica e não-ficção. O catálogo da empresa tem autores como o escritor argentino Gustavo Bondoni e o norte-americano Daniel Ausema.
Ambientado no Brasil, a Bandeira do Elefante e da Arara traz uma série de histórias de fantasia ambientadas no Brasil Colônia. Já recebeu nomeações para o Prêmio Nebula e algumas histórias foram adaptadas para os quadrinhos e ambientação de RPG. A Guardbridge Books almeja publicar o romance, uma compilação de onze histórias deste universo, em formatos digital e impresso, para distribuição mundial.
Para celebrar a marca, o Popoca conversou com Kastensmidt:
Popoca: Por que escrever sobre um personagem holandês no período colonial?
Na ficção, às vezes é interessante escolher um estranho como protagonista para poder comentar sobre um lugar com um olhar de fora. Neste caso, há dois: o holandês Gerard van Oost e o iorubano Oludara, cujas opiniões tendem a divergir bastante ao longo das histórias, oferecendo um contraste muito interessante. Na época, tinham curiosos de toda Europa no Brasil. Escolhi especificamente um holandês porque sempre achei os holandeses um povo muito simpático.
Um detalhe que poucas pessoas conhecem é que na história original, o Gerard era do Condado da Flandres, mas após receber o apoio do Grupo DLL, uma empresa holandesa que surgiu na cidade de Eindhoven, mudei a origem dele para o ducado vizinho de Brabante, onde nasceu aquela cidade.
P: São mais de sete mil fãs apenas na Fanpage do livro, em um país de poucos leitores. Como chegar lá?
Foi uma longa construção; aquela página existe desde 2010. Cada produto lançado acrescenta mais leitores: desde as primeiras histórias na série Duplo Fantasia Heroica (de 2010 a 2012) ao livro em quadrinhos (2014) ao romance (2016) e, finalmente, o lançamento do livro de RPG no ano passado. Ajuda muito a ter conteúdo excelente a colocar lá (na forma da arte criada pelos nossos parceiros talentosos) e alguém para postar aquele conteúdo. Quem controla todas as redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram) há dois anos é o Victor Batista, e ele faz um trabalho excelente. Hoje em dia, acabo participando mais do grupo de mediadores do RPG, que é um grupo muito ativo e participativo, que também gera novos conteúdos para a comunidade.
P: Seu livro se passa em um período da história e com uma narrativa de aventura. Acha que caberia em escolas?
De fato, os livros já foram adotados em dezenas de escolas ao redor do país. Fui convidado para falar em muitas escolas ao longo dos anos, inclusive como patrono de feiras do livro. Até alguns municípios já adotaram os livros, como no caso de Passo Fundo, onde o livro em quadrinhos foi escolhido “livro do mês” uma anos atrás. Mas o RPG está tendo um alcance ainda maior. O bom do RPG é que instiga o aluno a imaginar, pesquisar e criar. Os professores jogam com os alunos em sala de aula e pedem para criar suas próprias histórias no mundo. É algo incrível.