Marcelo Quintanilha produz diversos contos com uma riqueza difícil de encontrar por aí. Sem nenhum ufanismo, o autor parte em busca de nossas raízes nacionais e acabou conseguindo criar uma das melhores Graphic Novels que já li e que, nada por acaso, é nacional. Item obrigatório para colecionadores, historiadores ou amantes de quadrinhos.
Sábado dos Meus Amores é uma coletânea de contos e causos com a cara de um Brasil que (quase) não existe mais. Suas histórias tem um quê de antigo Maracanã, com cerveja embalada por jornal na geladeira e camisas de botão sempre abertas por causa do calor. Talvez por isso, seu uso tão cuidadoso de cores, quase artesanal.
Cada quadrinho soa quase como um quadro, que poderia ser impresso. E colocado na parede da sala.
Além de ser um ilustrador e desenhista tão genial, Quintanilha se mostra também mais cronista que ficcionista. A história aborda comportamentos típicos de um país pródigo em personagens. Em um momento tão difícil para a ficção nacional e com tanto ódio à espreita, é bom ter em mente que Sábado dos Meus Amores é um documento valioso do país que somos. Sem pretensão de definir o Brasil, Quintanilha não apenas se assume como brasileiro, mas faz do álbum seu próprio pau-brasil, tipo de madeira que definiu o nome do País.
Nota: 10
