Nimona é um produto da era da internet. Lançada na web em 2012 pela autora, enquanto estava na faculdade, acabou sendo publicada em livro em 2015, e um filme já está em produção com data de lançamento marcada para 2020. Depois de colecionar alguns prêmios e ser muito bem avaliada pela crítica, acabei não resistindo e resolvi finalmente ler Nimona.
SPOILER FREE
A autora, Noelle Stevenson, também é conhecida pela coautoria de outro trabalho queridinho da crítica, Lumberjanes, e tem se revelado uma excelente autora de HQs com representatividade para minorias, tais como mulheres e LGBTs. E Nimona se encaixa perfeitamente nesse quesito.
É uma excelente sugestão de leitura para o Desafio Literário Popoca de março, cujo tema é livro escrito por uma mulher e que tenha uma personagem principal guerreira.
Em Nimona, Noelle traz a história de uma adolescente aficionada por um vilão, Blackheart (os nomes são ótimos, vide Gondenloin), e que se oferece para ser sua sidekick. A história começa de uma forma bastante simples, e confesso que demorei a me interessar por ela, e minha primeira impressão foi que ela era muito boba e infantil.
Pura enganação, aviso logo. Ainda bem que não costumo parar leituras no meio, pois eu teria perdido essa pérola que é Nimona. Se a história parece simples no início, isso é só para enganar os incautos. Nimona é uma história bastante complexa e política, com vários níveis de críticas sociais. Os últimos capítulos são maravilhosos e é muito difícil de parar no meio, não sei como os leitores aguentaram durante o seu lançamento na internet.
Apesar de demorar a pegar no embalo, é uma leitura que vale a pena o esforço. Ficarei de olho nos futuros trabalhos da Noelle!
Nota 9.