Halder Gomes traz Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral em um momento importante do cinema nacional. Em meio a um governo com uma atitude beligerante com a cultura nacional, a Ancine travada por questões com o Tribunal de Contas da União e um mercado inteiro sem saber como seguir em frente teremos sempre Francisgleydisson. Afinal, desde Cine Holliúdy, o universo do diretor traz uma reflexão sobre a indústria nacional em meio a uma história que traz a cultura cearense.
Na cidade de Pacatuba, no interior do Ceará, a popularização da TV faz Francisgleydisson (Edmilson Filho) fechar o Cine Holliúdy e vender sua estrutura para o pastor Apóstolo (também vivido por Edmilson em hilária atuação). Com o ex-empresário indo morar na casa da sogra, ao lado da esposa Maria das Graças (Miriam Freeland) e do filho Francin (Ariclenes Barroso), ele passa por uma experiência alienígena, que o inspira a rodar um longa-metragem de ficção científica onde Lampião enfrenta os seres extra-terrestres. Para começar, ele obtém o apoio do prefeito Olegário (Roberto Bomtempo) e sua esposa Justina (Samantha Schmütz), candidata à prefeitura nas próximas eleições. No caminho, recebe a ajuda de seus conterrâneos como o artista Van Góis (Chico Diaz, em uma interpretação imperdível).
Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral parece ainda mais acessível para o público do que seu precursor. O cearês é menos distante, mas segue uma história que retrata a cultura do Ceará em seu humor, que faz sucesso em todo o Brasil. O filme não se restringe ao humor, mas também discute todos os desafios e obstáculos para alguém produzir qualquer história cinematográfica no Brasil e como a cadeia briga contra a cultura em cada etapa.
Em tempos tão agressivos com a cultura nacional, Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral é uma reflexão leve e sensível sobre o ato de contar histórias. A direção consegue referenciar o primeiro filme sem esquecer da nova história. Seja apenas para rir ou para pensar o que queremos do cinema no Brasil, é uma produção imperdível e um dos melhores filmes de 2019. Nacional ou não. Assista comendo pipoca ou rapadura. Mas assista!
Nota: 9