Popoca entrevista: Charlaine Harris

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o POPOCA entrevistou diversas mulheres do universo POP e da literatura! Nossa primeira convidada é Charlaine Harris!

Charlaine é uma escritora norte americana especializada em histórias de mistério e fantasia urbana. Sua novela Real Murders, dentro do universo da série Aurora Teagarden, foi nomeada ao prêmio Agatha Christie no início dos anos 90. Mas ela alçou o sucesso mesmo com a série de fantasia urbana misturada com mistério, Sookie Stackhouse, que deu origem a série de TV True Blood. Desde então Aurora Teagarden ganhou adaptações para filmes na TV e sua série Midnight Texas também virou série de TV na NBC.

Charlaine, nós estamos no mês do Dia Internacional da Mulher, e você escreve muito sobre mulheres, a maior parte dos seus protagonistas são mulheres. Quão importante você acha que é ter mais mulheres protagonistas em romances e na literatura? Quando você escolhe escrever mulheres protagonistas você faz isso pensando em ter mais mulheres nessa posição ou é apenas natural para você?

Charlaine: Eu acho que é importante incluir mulheres fortes em romances, mas é crucial escrever a história que você quer contar. As histórias que eu quero contar têm mulheres protagonistas porque é natural para mim. Elas não são perfeitas, elas tem defeitos e fraquezas, mas elas encaram o mundo de uma posição empoderada.

A sua série Sookie Stackhouse, que deu origem a aclamada série de TV True Blood, tem personagens muito diversos e trata de alguns temas importantes sobre relacionamentos abusivos, o quão importante você acha é ter personagens diversificados? O que você acha desses romances que romantizam relacionamentos abusivos?

Charlaine: Quando eu comecei a escrever a série Sookie Stackhouse, eu passei a perceber o fato de que eu não estava até então mostrando o mundo como eu o conheço, pelo menos parcialmente isso era porque eu queria ter certeza de que tinha habilidade de escrever personagens muito diferentes de mim mesma. Diversidade se tornou tão importante para mim que eu senti que precisava arriscar. E isso tem enriquecido os mundos sobre os quais escrevo.

Eu não escrevo histórias românticas, mas eu leio algumas. Não consigo imaginar ninguém tendo uma justificativa para dar uma roupagem romântica a um relacionamento abusivo. É como endossar a situação.

Em março o Popoca escolheu como tema para o nosso Desafio Literário uma história escrita por uma mulher que tenha uma protagonista mulher guerreira, qual dos seus livros você sugere para os nossos leitores?

Charlaine: Meu livro mais recente (An Easy Death) que saiu nos EUA no ano passado, tem a protagonista mulher mais forte que eu já escrevi. Lisbeth Rose tem dezenove anos e é uma pistoleira num Estados Unidos alternativo em 1930. Sua habilidade comercializável numa economia em depressão é como atiradora, então é assim que ela sobrevive. Ela não tem educação formal, mas também não é ingênua ou sentimental. Ela é contratada como guarda-costas de dois magos numa viagem para o México, e eles vivem aventuras de arrepiar no caminho.

Ainda nesse tema de mulheres protagonistas fortes escritas por mulheres, tem alguma autora ou livro que tenha te influenciado? Quais?

Charlaine: Diversos livros influenciaram a forma como eu escrevo sobre mulheres. Jane Eyre da Charlotte Bronte é sobre uma mulher forte, apesar da sua posição social e financeira enfraquecida. Mas Jane se mantém fiel a si mesma.  The Fourth Wall (sem tradução em português) da Barbara Paul é outro livro que me fez pensar em escrever mulheres em histórias de mistério de forma completamente diferente. Eu poderia nomear mais uns dez livros. Eu sou uma leitora voraz, é o meu passatempo favorito.

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