Possivelmente o tema mais comentado das últimas semanas no universo das séries foi o reinicio da nona temporada de The Walking Dead. Havia a grande expectativa de ver como seriam apresentados os Sussurradores e o que faria Negan aproveitando a liberdade depois de fugir da prisão em Alexandria. Essa curiosidade acabou ficando mais aguçada quando a produtora da série disponibilizou o episódio antecipadamente em seu próprio streaming, poucos dias antes da estreia oficial na televisão (e causando uma chuva de downloads do episódios).

Os Sussurradores são um dos grupos mais perigosos criados nos quadrinhos de Robert Kirkman. Em um resumo simples, trata-se de um grupo nômade que perdeu muitos traços de civilização e procura se camuflar entre hordas de zumbis, vestindo a pele dos mortos-vivos. Uma de suas frases mais emblematicas é “os mortos nos protegem”. O arco original dos quadrinhos traz mortes bastante traumáticas para o conjunto da história (o arco dos Sussurradores foi lançado recentemente pela Panini no Brasil).

O episódio promete mais do que entrega, talvez porque o expectador já saiba quem são os Sussurradores, quais suas figuras centrais, como agem e o que farão durante a feira a ser realizada pelas comunidades. Por isso, ao centrar o episódio na lenta descoberta que vai se fazendo sobre os traços mais marcantes desse novo grupo, acaba-se provocando uma atenção bastante limitada. Todos querem chegar logo na feira e saber quem serão os mortos daquele trágico ocorrido, o que deve demorar ainda vários episódios.

Quem acabou roubando a cena foi a jovem Lydia, que mais parece ser uma infiltrada em Hiltop do que uma prisioneira captura. Por outro lado, sua mãe, a Alpha, líder dos Sussurradores, ao organizar uma inteligente emboscada, acabou também se destacando no episódio. Os Sussurradores continuam a prometer muito e se tornar um arco marcante também na série, seguindo os passos dos quadrinhos. Contudo, certamente irão perder muita força se a narrativa continuar com essa cadência muito lenta.

Sobre Negan, o antigo vilão faz uma incursão ao seu passado. Não há muita clareza sobre qual era seu objetivo, ainda que fique evidente a ideia de contrastar sua completa decadência com o passado de líder de um poderoso grupo. Nas suas cenas, não há nada de muito especial, a não ser a sempre brilhante interpretação de Jeffrey Dean Morgan.

Outro momento de destaque foi o enterro de Jesus. Sua morte, além de impactar os principais personagens, também abriu uma crise de liderança em Hiltop. Além disso, não se sabe como isso vai afetar o relacionamento com as demais comunidades.

O episódio foi bem dirigido e teve um roteiro bem amarrado, muito mais preparando o terreno para acontecimentos futuros do que contando uma história própria. No final há uma sensação de insatisfação, pois muita coisa foi deixada em aberto. Como acontece em muitos episódios, parte considerável dos principais atores foi subaproveitada, fazendo com que personagens secundários ganhassem mais espaço, como no caso da estreante atriz que interpreta Lydia.

Espera-se que que logo seja encerrado esse clima de apresentação dos novos vilões e se passe para o embate direto entre as comunidades e os Sussurradores. Uma boa adaptação do material original pode levar a um dos arcos mais interessantes e, ao mesmo tempo, mais brutais desses anos todos da série.

Nota: 8

 

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