Frank Castle, ou Punisher, ou Justiceiro, está de volta! E a Netflix ainda não cancelou a série. E aí, tá valendo a pena? Para responder, vou começar sem spoilers:
Linhas gerais
A segunda temporada é sólida, digna de um bom arco de quadrinhos nos anos 90. Diverte quem gosta do genero. Jon Berthal está cada vez melhor na personagem (apesar de ser difícil não imaginar ele gritando: “You can’t protect her Riiiiiick!” mas isso é oooooutra história) e o roteiro tem cuidado para não glamourizar demais as armas em tempos sombrios.
Mas um “like” para quem adivinhar qual é o maior defeito da série! Alguém? Bueller?
Prémio para quem disse: “13 episódios”. Sério, qual é a tara da Marvel Netflix com esse número? Nada contra o 13 em si, seria muito pior se fossem 17. Punho de Ferro melhorou muito ao ter reduzido a temporada. Dez episódios seriam o suficiente para cortar muita ladainha inutil. Todas as séries e temporadas Marvel-Netflix teriam sido melhores com menos episódios. Talvez Defensores (que tem 8) seja uma exceção… talvez.
Mesmo com seus defeitos, dá pra levar um 7. Ou seja, passa de ano mas não convence como um bom aluno.
Atenção: spoilers!!!!
Esta temporada teve oportunidades brilhantes que não foram aproveitadas, e isso, para mim, é um grande problema. Há basicamente duas histórias ao mesmo tempo:
A- Frank impede uma garota, Amy “The Kid” Bendix (nunca mencionam seu nome completo na série, mas o Google me diz que é esse mesmo), de ser capturada e assassinada num bar em um cidadezinha. No tiroteiro, a bar tender e interesse romantico de Frank leva um tiro e isso faz com que Castle entre em modo Justiceiro “full pistola” (trocadilho intencional) para saber quem está atrás da garota, quem é ela e o que fez.
B- Ao mesmo tempo, Billy Russo está se recuperando no hospital sem lembrar do que aconteceu na primeira temporada enquanto Madani (da segurança nacional que levou um tiro na cabeça na primeira temporada) está desconfiada achando que vai fugir a qualquer momento.
Nenhuma das histórias surpreende ninguém: Billy Russo escapa, volta a ter ações criminosas e tem um caso com sua terapeuta. Quem está por traz da perseguição contra a garota é um ricaço poderoso que quer recuperar fotos em filme que provam que seu filho é gay, e isso acabaria com sua carreira politica.
As histórias poderiam se cruzar, mas isso não acontece, inclusive tem uns dois episódios que uma delas fica em pause para que outra ande. John Pilgrim, o hitman do ricaço, é uma excelente personagem e seria muito legal se tivessem conseguido cruzar as histórias para que houvesse um embate final entre Billy Russo x Frank Castle x Pilgrim ( como o clássico de Faroeste “Três em Conflito” , The Good, The Bad and the Ugly, no original).
O filho do ricaço, o senador, poderia, ao ter descoberto a confusão em seu no
Até que o Retalho continou bonitinho.me, ter se assumido publicamente jogando todo o esforço do pai pela janela e passado uma mensagem progressista muito mais importante. Todo o relacionamento de Russo com a terapeuta é óbvio e ganha traços de Rei do Crime e Vanessa, mas vira apenas uma xérox mal feita.
Madani é provavelmente a pior policial do departamento. Sempre perde a arma, atira acidentalmente num policial, e perde um luta corpo a corpo com uma psiquiatra com deficiência física! Sério! Só muita força de roteiro para ela conseguir um emprego na CIA no final da temporada.
Os poNtos altos da temporada
John Pilgrim. Sua calma e fanatismo o deixam assustador e vendem bem a idéia de que ele tem com encarar o Justiceiro.
Amy. Ok, ponto médio. Pelo excesso de episodios ela acaba tendo que tomar muita decisão inutil só para a série ter mais tempo. Mas sua relação com Frank convence e mostra que é possivel existir uma parceria sem nenhum interesse romântico. E é justamente essa relação que leva Castle a rever sua vida e entender que não consegue viver longe da ação: sempre haverá gangues e ricaços querendo se aproveitar das pessoas, e ele quer estar no caminho deles. Não é o melhor arco, mas que faz sentido dentro da série.
Aquela cara de “vai dar m…” Cenas de ação. Quase um tiroteito por episódio e não exageraram nas cenas de tortura (sempre acho desnecessário, e a primeira temporada exagerou demais nisso).
O que esperar caso façam uma 3a temporada?
O arco de Frank está finalizado. Ele não tem mais o que se questionar. Qualquer história a partir de agora seria muito mais sobre a personagem que cruzasse o seu caminho do que sobre ele, que ficaria como um coadjuvante em sua própria série. Não recomendaria. Acho que seria interessante ver esta versão do Justiceiro novamente num novo crossover no estilo Defensores. Mas com uma história melhor, por favor. Que seu fator de cura seja tão bom qu anto o do Frank Castle na série! (melhor do que o do Wolverine).
Nota do editor: Se você já assistiu toda temporada, leia também a nossa crítica com spoilers.
